sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Foi naquela curva que tudo aconteceu. Ele estava a 120 km/h, talvez para fazer graça. Mas pra quem!? Pra si mesmo. A moto era nova, e era a primeira vez que viajaria sozinho. Mas ele não foi tão longe. Tudo acabou naquela curva a 120 por hora, quando ele ultrapassou um carro... OPS! Quase ultrapassou. A moto bateu de frente com um caminhão, deixando Felipe gravemente ferido. Ele foi levado inconsciente para o hospital, de sua cidade mesmo. Quando acordou, pediu para ligarem no número de celular que havia em sua carteira.
- Alô?
- Somos do Hospital Rushuel e precisamos que venha para cá.
Melissa saiu desesperada e chegando lá, foi encaminhada para o quarto 516, onde estava Felipe. Ela deu passos calmos até chegar a uma porta em que haviam enormes números brancos, que juntos formavam 516. Deu uma batida de leve na porta e a empurrou. Quando viu o irmão de sua melhor amiga, deitado em uma cama, enfaixado, ela entrou correndo no quarto.
- O que foi que houve? – Perguntou com uma expressão assustada, passando as mãos nos curativos.
- Foi um acidente com a moto.
- É melhor ligar para a Luiza.
- Não! Eu chamei você aqui, não envolva minha irmã nisto.
Ela não sabia o que fazer, apenas se sentou ao lado dele e o olhou, até o momento que ele começou a falar:
- Mel, eu chamei você aqui, pois qualquer outro que eu chamasse, brigaria comigo. É só você que eu considero o bastante pra dizer tudo o que preciso.
Ela segurou em sua mão, e ele continuou:
- Talvez eu tenha provocado o acidente, com meu subconsciente. Eu senti que estava fazendo a coisa errada, deixando a pessoa mais importante, pra passar férias com os amigos. Eu precisava voltar e te dizer tudo o que eu não tive coragem. Você não é mais a amiga idiota da minha irmã, como era há seis anos atrás.. Com tanto tempo, acabei me aproximando de você, mais do que deveria. Eu presciso te dizer, Meli..
Ele fechou os olhos, soltou a mão dela, devagar, e seus batimentos cessaram. Ela sentiu um arrepio e deixou escapar uma lágrima. Os médicos chegaram e ela foi tirada do quarto. Esperou na sala por mais ou menos cinco minutos, quando uma enfermeira a olhou indiferente e disse: “Não houve como salvá-lo”.
Melissa pegou um taxi e foi para casa de Luiza. Com os olhos vermelhos de tanto chorar, quando Luiza abriu a porta, ela lhe deu um abraço e se convidou para entrar:
- Bem... é sobre seu irmão mais velho.



Esse texto eu fiz com a Fuve pra um concurso da capricho, e eu amei muito ele, então resolvi postar, pra ver se vocês amam também. Amanhã ou depois eu devo postar um outro que nós fizemos pra esse mesmo concurso.

Um comentário:

  1. Uma prova concreta de que as pessoas ainda sabem usar as palavras certas.

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