Eu estava agora, sentada na cama, a espera de algo que sei que nunca viria. Mas algo dentro de mim, dizia que ele chegaria. Já passava de meia-noite, e ouvi alguns sons vindo da rua, hesitei em olhar, talvez por medo, mas na esperança de ser ele, fui. Havia algo lá, que não consigo descrever. Talvez fosse um monstro, algum ser de outro mundo.
- Não se assuste Ana. Sou eu. – ele disse com uma voz suave e baixa, agora já em meu quarto.
- Por favor, não entre assim. Ainda não me acostumei com esse seu teletransporte.
Aqueles grandes olhos me olhavam assustados, me deixando com muito mais medo. Mas eu sabia que por de trás deles, haviam os pequenos olhos castanhos que eu adorava.
Ficamos por um bom tempo, apenas nos abraçando. E o que mais importava, era que tínhamos um ao outro. Com o desfecho daquele abraço, ele me disse:
- Acostume-se. Por mim.
Olhávamos pela janela, as luzes quase apagadas da cidade, iluminada principalmente pela Lua. A Lua! Brilhava como os olhos dele naquela tarde em que descobri a verdade.
- Acostume-se. Por mim.
Olhávamos pela janela, as luzes quase apagadas da cidade, iluminada principalmente pela Lua. A Lua! Brilhava como os olhos dele naquela tarde em que descobri a verdade.
Eu estava sentada naquele mesmo parque em que nos conhecemos.
- Ana, precisamos conversar.
- Ana, precisamos conversar.
E antes que eu pudesse responder, ele me puxara pelo braço ao lado mais vazio do parque.
- Lembra-se daquele livro que havíamos comentado?
- Formaturas Infernais?!
- Lembra-se daquele livro que havíamos comentado?
- Formaturas Infernais?!
- E se eu te falasse que sou uma dessas criaturas?
- Mas como? Você mesmo dizia que é surreal. Lucas, o que está acontecendo?
Eu estava em pânico, quando ele segurou minhas mãos suadas, com suas frias dizendo:
- Acalme-se. Eu sei que pode parecer algo fora dos nossos planos, nossa realidade, mas, por favor, confie em mim.
- Lucas, eu não entendo aonde essa mentira vai nos levar.
- Apenas confie em mim – Ele olhou em suas mãos, que estavam mais quentes – Tenho que ir.
Então ele simplesmente desapareceu. Eu já não sabia o que pensar.
Por não saber o que fazer, muito menos aonde ir, meus pés tomaram a direção que já estava em minha mente. Quando me dei conta, eu estava lá. Na colina onde gostávamos de ver o Sol. Segui o caminho que me levava aquele lugar que chamávamos de nosso. Foi lá que vi a criatura pela primeira vez. Eu havia me assustado tanto, que perdi o movimento das pernas. Não sei dizer o que era aquilo. Talvez uma espécie de lobisomem. Lembro que era enorme, haviam pelos nele, algo indescritível, uma criatura horrível. Foi então, que lembrei do que Lucas me disse, e percebi, aquele era Lucas.
Um susto maior ainda. Agora sim, estava fora de minha realidade:
- LUCAS!
- LUCAS!
Era tão real pra mim, que descobri que não gritei só em pensamento.
- Vamos esquecer o que houve. O importante é que estamos juntos, independente das diferenças.
Ouvimos um barulho vindo do corredor.
- É melhor você ir. – disse-lhe dando um beijo. Era nosso primeiro beijo depois da verdade. E ainda era a melhor sensação do mundo.
Esse é o outro texto que eu fiz com a Fuve pro concurso da capricho. Deliciem-se. E ah, comentem, por favor, não sabem o quanto isso é bom :x
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