quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

E nada irá nos impedir.

Nem acredito que há poucas horas, ainda namorávamos. Seu pai sempre foi contra nosso namoro, mas nunca havia tentado algo tão sério. E nada que tivesse funcionado. Dessa vez ele fez uma chantagem muito horrível, que nem te deu chances de recusar. Ele simplesmente disse:
- Ou ele, ou nós. Se não terminar com ele, não mora mais sobre meu teto!
Eu até a entendo, ela não teve muita escolha. Mas podíamos ter arrumado um canto. Minha mão podia nos deixar morar com ela, enquanto não comprássemos nosso próprio lugar. Não precisava de tudo isso.
Envolto em pensamentos, mal escutei quando o telefone tocou. Ou quando um pouco mais tarde, a secretária eletrônica foi acionada: "Deixe seu recado após o bip. BIP." "Guh.. é a Vick.." Peguei o telefone no mesmo segundo que ouvi seu nome.
- Alô!?
- Gustavo! Ainda bem que você está aí. Meus pais vão a um casamento essa noite, numa cidade vizinha. Portanto, eles dormirão lá, saem por volta das 7 horas. E devem chegar lá pelo meio-dia. Eu não acredito que vou dizer isto, mas.. vem pra cá.
Com isso, ela desligou. E o único barulho restante, era o da linha telefônica vazia. Olhei no relógio: 6:30. Eu deveria ir às 8, assim teria a certeza de que já saíram.
O tempo parecia não passar, ou isso, ou meu relógio havia parado. Apesar de eu acreditar mais na primeira opção. Assim que o relógio da sala bateu 8 horas, peguei meu skate, e saí.
O celular toca. É ela.
- Vick?
- Guh, meus pais pensaram que eu sairia para me encontrar contigo, por isso me trancaram. Venha pelos fundos e você entra pela janela.
- Mas..
E ela já havia desligado. Não tive tempo de questioná-la. Quando cheguei, a janela de seu quarto já estava aberta.
- Como eu faço pra chegar aí em cima?
- Usa o banco que está na mesa da churrasqueira. -  ela gritou pra mim do 2º andar.
Peguei o banco, e coloquei em um lugar que pensava ser melhor. Deixei meu skate e meus tênis debaixo da mesa para que ninguém percebesse. O telhado era inclinado, portanto não tive tanta dificuldade.. Ela havia entrado para pegar algo, e fechou a janela. Portanto tive que esperar um pouco até que ela voltasse.
- Achei que não viria mais. - eu disse ironicamente.
- É, eu não viria. Mas achei que poderia ser muito maldoso.. E como você já estava aqui em cima, imaginei que poderia acabar quebrando a janela para entrar. - ela deu um lindo sorriso ao dizer isso. - Agora vem logo!
Quando estava entrando, percebi que ela havia pego algumas velas, e uma caixa de fósforos. Nos deitamos em sua cama. Agora nada mais me importava, ela estava em meus braços.


Pauta para o Bloínques. 48ª Edição Visual. 

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