quinta-feira, 30 de junho de 2011

"i'll love you till the end" ♫

"- Você é um idiota! Eu não quero um cara assim. Não quero uma mamãe em forma de namorado. Agora tá tudo bem, mas amanhã eu já estou chorando por sua causa.
- Marina, calma, você tá muito nervosa agora. É melhor eu te levar par casa, vem...
- Me solta! Eu não quero ir com você, não quero falar com você. Me esquece, me deixa aproveitar a noite, que é o que eu tenho de melhor pra fazer."
" - Aceita um drink?
- Quantos você quiser, meu bem."
"- Marina, vamos embora daqui. Vem, agora.
- Ah, mas agora que está ficando bom, Dani.."
"- Pode ir, Dani, eu vou ficar bem.
- Não chora tá, Má? Você fez besteira, sim, mas ele vai te perdoar. Vai ficar tudo bem"
Minha cabeça latejava e fragmentos de conversas retornavam à minha mente. O efeito do álcool ainda funcionava, mas agora já em mínima quantidade. Dani deve ter ficado sentada comigo até umas 2:30 da madrugada, depois ela teve que ir. Eu sentia vergonha de mim mesma, por tudo o que havia feito. 
Sentei na calçada enquanto via os carros passando, eu chorava, chorava muito. Em minha cabeça, me perguntava por que havia brigado com ele, justo com ele. A pessoa que mais me importava, a que mais se importava comigo. Ah, como eu era burra.
De repente, escutei o barulho de um fusca. Me lembrei dele. Lucas tinha um fusca. As lágrimas escorriam cada vez com mais intensidade. Escutei uma buzina familiar e olhei para cima. Era um fusca, um fusca vermelho, vermelho sangue, na verdade. No rádio podia escutar um bom rock'n'roll, no volume máximo. Os bancos de couro, e o volante original. Duas mãos firmes seguravam o volante, e dessas mãos vinham braços fortes, e um lindo rosto de pele morena e dos olhos claros. Era ele.
A música foi abaixada.
- Não vai entrar?
Entrei no carro sem nem dizer uma palavra. Estava muito envergonhada pelo que tinha feito, principalmente, pelo que tinha feito com ele.
- Fiquei te procurando um tempão. Onde é que você tava? - Eu não disse nada. Na verdade, eu não sabia onde eu estivera. - Tá. Não precisa responder.
Mais silêncio.
- Vai pra casa né!?
- É, eu vou. - eram as minhas primeiras palavras. E estas foram ditas tão baixas que nem sei como ele conseguiu ouvir.
O silêncio entre nós prevalecia. O único som no carro era o velho rock no rádio. Seu olhar estava centrado nas ruas, enquanto o meu revezava entre ele e o chão. Eu devia falar alguma coisa. Por respeito e educação, eu devia pedir desculpas. E foi o que fiz.
- Desculpa. - dissemos em uníssono.
- Não, você não me deve desculpas. Você não fez nada, a culpa foi minha. Eu disse coisas terríveis, né?
- Não se lembra? - eu concordei com a cabeça e ele deu um meio sorriso que me fez pirar. - É, você disse sim. Sabia que acabou de entrar pra lista de pessoas que me fizeram chorar? - Em um instante eu olhava pra baixo, e no outro o olhava boquiaberta.
- Eu..!? Você..
- É Marina, eu chorei por sua causa.
- Desculpa Lucas, eu não queria.. Tá vendo!? Eu tenho que pedir todas as desculpas que eu puder, até.. sei lá.. Eu não queria isso. Foi tudo, tudo mesmo, da boca pra fora.
- Chegamos. - ele disse num tom tão seco, que foi como se eu tivesse levado uma punhalada pelas costas.
Saí do carro em silêncio e quando estava quase na porta de minha casa, agradeci. Mais dois passos e escutei a porta do carro batendo, e ele me gritando.
- Marina, espera. - foi como se uma chama de esperança brotasse em meu coração.
- O que?
- Você.. jogou isso em mim. - ele mostrou nossa aliança. Só agora eu reparei que não a usava. Ele continuava usando a dele. - Eu não sei se quer de volta, mas..
- É claro que eu quero!
- Quer pra guardar, ou pra esquecer o que aconteceu hoje?
- Pra começar de novo.. - pausa - Prazer, Marina.
Estendi minha mão como comprimento.Ele a segurou e me puxou pra si, me beijando depois. Foi como num conto de fadas..  E depois, entrei no carro. Tínhamos coisas melhores a fazer.

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