- Luís Felipe
Ding Dong!
- Pois não? - minha mãe perguntou - Ah, é você Clara. Só um instante, já chamo meu filho.
- Quem é mãe? - gritei da cozinha.
- É melhor vir ver meu filho..
- Não Sra. Parker, ai.. Olha só, entrega isso pro Lipe tá?
- Tá, mas..
- Quem era mãe?
- Era a Clara, sua namorada. Ela pediu pra te entregar isso e saiu correndo.
- Me dá isso mãe. Valeu.
Subi as escadas quase aos tropeços, diretamente para meu quarto. Abri o envelope. Era uma carta. Li cada linha lembrando de sua voz doce, como se ela estivesse lendo para mim. Pensava nela, sentada na varanda de sua casa, escrevendo cada palavra com sua letra redonda. E ao final da carta já havia, há muito, percebido meu erro.
- Ai Clara, onde você está? - me perguntava.
Desci as escadas quase caindo no final.
- Mãe, tô saindo, tá?
- Tá, mas pra que tanta pressa..? - a deixei falando sozinha, eu precisava procurar em cada canto onde ela possivelmente estaria. Conferi meu bolso, as alianças ainda estavam aqui. A ideia era procurar em sua casa, e no caminho havia uma banca de flores, onde comprei um lindo buquê de tulipas vermelhas. Quando ia saindo da banca, me lembrei de um parque municipal que frequentávamos muito.
Ela estava ao pé da árvore em que marcamos com nossas iniciais dentro de um coração, sentada em um toalha de piquenique xadrez como sempre fez nesses dois anos. Ela tinha um galho forte nas mãos, e enquanto a olhava, via que suas mãos iam direto para o coração na árvore, como se fosse riscá-lo. E era isso mesmo que faria se eu não tentasse impedir.
- Vai mesmo fazer isso Clara? Você quer mesmo que tudo acabe? - nesse momento meu cabelo provavelmente deveria estar bagunçado e a roupa toda fora do lugar, as flores em minha mão esquerda já quase caiam, e lágrimas escorriam de meus olhos.
- Não, eu não quero Lipe, mas é só que eu achei que não irias me perdoar nunca. E eu sei que o que fiz foi errado, mas você sabe.. sou muito orgulhosa. Não consegui evitar, e fiz o que fiz. Se você ao menos me perdoasse, já teria minha felicidade.
- É, eu poderia não te perdoar nunca, e poderia também pedir pra que nunca mais fale comigo, e nem me olhe. Mas eu não posso. Não consigo. Sabe por que Clara? Porque eu te amo. Assim, simplesmente, ou complicadamente, e com certeza, inexplicavelmente. Você é tipo o minha razão pra estar vivo. E como se vive sem a razão pra se viver? Não dá, não é mesmo?
- É. - acho que foi a única coisa que ela conseguiu dizer, e ela chorava tanto, que estava até bonitinho.
Entreguei-lhe as flores, eram suas preferidas, parecia que ela iria derreter de tanto chorar. Mas aí eu a abracei, como que pra dizer pra que se acalmasse. Acho que funcionou, pois logo ela já respirava normalmente.
- Hey, acho que isso é pra gente né? - e lhe mostrei as alianças.
- É sim. Você não se importa em usar essas?
- Não, é passado tudo isso. - e a beijei. A beijei como se fosse a primeira vez, mas também como se fosse a última. Depois acrescentamos um detalhe ao coração. Agora o que estava escrito era: C + L for ever.
Ficamos lá, por o que deve ter sido pouco mais de uma hora, olhando o sol se pôr, como era linda essa paisagem.
FIM
waaa que perfeitoo *.* perfeito perfeito perfeitooo!
ResponderExcluirtenho mania de quando fico "envolvido" com algo no pc, fico me aproximando da tela, praticamente colei o a "cara" no monitor heuaheua o//